O presidente dos EUA, Donald Trump, não tratou os groenlandeses com respeito desde que expressou o interesse renovado em adquirir a vilha ártica rica em minerais, disse o primeiro-ministro da Groenlândia, nesta segunda-feira (10).
Trump reiterou seu interesse em adquirir a ilha durante seu discurso ao Congresso na última terça-feira (4), pintando um quadro de prosperidade e segurança para o “povo incrível” da Groenlândia, um território autônomo do reino da Dinamarca.
O presidente americano reafirmou essa mensagem em uma publicação na rede social Truth Social na manhã desta segunda-feira (10), escrevendo: “Continuaremos a mantê-los seguros, como fazemos desde a Segunda Guerra Mundial. Estamos prontos para investir bilhões de dólares para criar novos empregos e torná-los ricos.”
O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, comunicou à emissora pública dinamarquesa DR em uma entrevista exibida nesta segunda-feira (10): “Merecemos ser tratados com respeito, e não acho que o presidente dos EUA tenha feito isso recentemente desde que assumiu o cargo.”
“Acho que as coisas recentes que o presidente americano tem feito significam que as pessoas não querem se aproximar tanto (dos EUA) quanto gostariam no passado”, acrescentou.
“Precisamos traçar uma linha na areia e nos esforçar mais (para cultivar relações com) os países que nos mostram respeito pelo futuro que queremos construir”, falou Egede, em comentários transmitidos um dia antes da Groenlândia realizar uma eleição geral.
Egede disse repetidamente que a Groenlândia, cuja população é de apenas 57 mil pessoas, pertence ao seu povo e que deve decidir sobre seu próprio futuro.
Ele apoia a independência total do país.
A ilha, cuja capital Nuuk fica mais perto de Nova York do que a capital dinamarquesa Copenhague, apresenta riqueza em minerais, petróleo e gás natural, mas o desenvolvimento tem sido lento e sua economia continua fortemente dependente, por enquanto, da pesca, bem como de subsídios anuais da Dinamarca.
Uma pesquisa recente indicou que 85% dos groenlandeses não desejam se tornar parte dos Estados Unidos, com quase metade vendo o interesse de Trump como uma ameaça.