Na reta final das eleições presidenciais dos Estados Unidos, o candidato republicano Donald Trump tem adotado uma estratégia baseada na propagação do medo, principalmente por meio de fake news relacionadas a imigrantes. Esta é a análise do professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, em entrevista à CNN Brasil.
Segundo Trevisan, enquanto a candidata democrata Kamala Harris “vende esperança” e promete um futuro melhor com crescimento econômico, Trump aposta no medo como tática eleitoral. “Se a gente quiser brincar com as palavras, Alfred Hitchcock, nos Estados Unidos, continua sendo o maior diretor de filme e ele sempre vendeu o medo”, comparou o especialista.
Confiança no sistema eleitoral
Uma pesquisa recente da CNN internacional, citada durante a entrevista, revela uma disparidade significativa entre os eleitores dos dois candidatos em estados-pêndulo. Enquanto 71% dos eleitores de Harris afirmam ter confiança no sistema eleitoral, apenas 15% dos apoiadores de Trump compartilham dessa confiança.
A mesma pesquisa também mostrou que 43% dos eleitores de Harris consideram a proteção da democracia uma prioridade, em contraste com apenas 9% dos eleitores de Trump. Esses números, segundo o professor, ilustram claramente as diferentes percepções e prioridades dos dois grupos de eleitores.
Foco nos eleitores independentes
Trevisan ressalta que 80% dos eleitores americanos já têm seu voto decidido, com 42 ou 43 estados já definidos entre democratas e republicanos. A disputa, portanto, se concentra em apenas sete estados onde a situação ainda está indefinida.
O especialista destaca que os eleitores independentes, que representam cerca de 16% do total, são o alvo principal das campanhas neste momento. “Os dois lados estão querendo falar com esse eleitor independente, porque é ele que vai decidir a eleição”, explica Trevisan.
Com a aproximação do dia 5 de novembro, data das eleições, espera-se que as estratégias de campanha se intensifiquem, com cada lado buscando convencer esses eleitores indecisos a comparecer às urnas e votar em seu favor.
Confira a entrevista na íntegra