Ucrânia quer definir “posições iniciais“ sobre guerra após eleição de Trump, diz fonte

CNN Brasil


À medida que a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos aproxima a perspectiva de discussões para pôr fim à guerra na Ucrânia, Kiev busca se colocar na posição mais forte para quaisquer negociações, inclusive garantindo mais armas e resistindo no campo de batalha.

Uma autoridade ucraniana disse que os próximos quatro ou cinco meses serão cruciais, sinalizou como o retorno de Trump à Casa Branca está concentrando as atenções de Kiev em um possível fim da guerra.

O republicano, que tomará posse como presidente dos EUA em 20 de janeiro, tem dito que encerrará a guerra rapidamente, mas não disse como.

“Este inverno é um ponto crítico… Espero que a guerra esteja chegando ao fim. Neste momento, definiremos as posições de ambos os lados nas negociações, as posições iniciais”, disse a autoridade ucraniana à Reuters, que solicitou anonimato para discutir questões sensíveis de segurança.

As autoridades esperam para ver quem Trump escolherá para os principais cargos de segurança e defesa a fim de obter pistas sobre como ele moldará a política em relação à Ucrânia. Ele descartou nomear o ex-secretário de Estado Mike Pompeo, visto em Kiev como pró-Ucrânia.

A Rússia avança no campo de batalha em seu ritmo mais rápido desde 2022, apesar de sofrer grandes perdas, e a Ucrânia disse na semana passada que havia entrado em confronto com alguns dos cerca de 11.000 soldados norte-coreanos enviados para a região russa de Kursk.

Pressionadas pela escassez de mão de obra, as Forças Ucranianas têm perdido parte do terreno que capturaram em uma incursão em Kursk em agosto, que o presidente Volodymyr Zelensky disse que poderia servir como moeda de troca.

O sistema de energia da Ucrânia mantém as luzes acesas por enquanto, mas a ameaça de outro grande ataque russo à rede permanece.

Drones atacam Kiev quase todas as noites, embora a Rússia talvez não queira alienar a nova equipe de Trump destruindo o sistema.

Depois de manter o que ele disse ser um “excelente” telefonema com Trump na quarta-feira (6), Zelensky disse no dia seguinte que está convencido de que um fim rápido da guerra significaria que Kiev aceitaria grandes concessões.

“Se for apenas rápido, isso significa perdas para a Ucrânia. Eu ainda não entendo como isso poderia ser de outra forma. Talvez não saibamos de algo, não estejamos vendo”, disse Zelensky.

Ele também criticou a discussão por um cessar-fogo sem que a Ucrânia receba primeiro garantias robustas de segurança que impediriam a Rússia de lançar uma ofensiva ainda maior mais tarde.

“É um desafio muito assustador para nossos cidadãos, primeiro um cessar-fogo, depois veremos. Quem são vocês? Seus filhos estão morrendo?”, disse Zelensky em comentários aparentemente direcionados ao primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que havia proposto um cessar-fogo.

O Kremlin disse na sexta-feira (8) que o presidente Vladimir Putin está pronto para discutir a Ucrânia com Trump, mas que isso não significa que as exigências de guerra de Moscou mudaram.

Putin estabeleceu seus termos para o fim da guerra em junho, a Ucrânia teria que abandonar suas ambições de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e retirar suas tropas de todo o território de quatro regiões reivindicadas pela Rússia, algo que Kiev vê como semelhante à redenção.

Zelensky, por sua parte, delineou um “plano de vitória” para o presidente dos EUA, Joe Biden, reiterando seu pedido de permissão para atacar alvos militares mais profundos na Rússia, receber um convite da Otan para adesão e obter armas mais potentes.

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