A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) anunciou nesta quinta-feira (31) um conjunto de medidas para reforçar a segurança no campus de Cuiabá, em resposta aos episódios recentes de violência, abuso e até morte dentro da instituição.
Durante coletiva de imprensa, a professora e reitora Marluce Souza e Silva informou que a universidade aderiu ao Programa Vigia Mais, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), e através do Termo de Cooperação serão instaladas 600 câmeras de monitoramento com reconhecimento facial, em áreas externas da instituição.
A iniciativa, segundo a reitora, é fruto de articulações com forças de segurança pública e já estava em curso desde o início da gestão dela, há nove meses. O pedido de instalação das câmeras foi protocolado junto à Sesp em fevereiro deste ano. A previsão é de que os novos equipamentos passei a operar em 25 dias.
“Nós estamos instalando 600 câmeras, que estarão em pontos estratégicos, algumas não estarão visíveis”, destacou Marluce. A reitora também informou que os contratos com as empresas de segurança estão sendo revisados, pois dentre as ações emergenciais está também a contratação de mulheres para garantir a segurança feminina.
“Nós queremos também seguranças femininas, trabalhadoras que fiquem próximas aos banheiros, aos pontos de ônibus e que deem mais atenção à nossa comunidade feminina”, revelou.
Além disso, o Botão de Pânico será disponibilizado para estudantes e servidores da UFMT e devem ser acionados em casos de assédio.
A reitora também confirmou a existência de denúncias de tráfico de drogas em espaços da universidade, o que reforça a necessidade de medidas permanentes e integradas de vigilância e prevenção.
Segurança como prioridade
Questionada se as medidas foram adotadas apenas após a morte de Solange Aparecida Sobrinho, de 52 anos, ocorrida na semana passada, a reitora negou.
“Nós não esperamos algo grave acontecer. Se nós tivéssemos esperado, talvez a gente não tivesse hoje, condições de dizer para vocês que dentro de 20 dias nós teremos as câmeras do Vigia Mais funcionando dentro da universidade. Uma das primeiras medidas que nós tomamos, visto que o nosso compromisso com os estudantes é trazer segurança para o espaço físico da universidade”, reforçou Marluce.
Segundo a administração, R$ 540 mil é investido por mês na segurança do o campus de Cuiabá. O espaço conta atualmente com 39 porteiros e 20 vigilantes armados, que se revezam em turnos de 12 por 36 horas.
A UFMT possui cerca de 13 mil estudantes matriculados, o que levanta questionamentos sobre a suficiência do efetivo de segurança. Marluce afirmou que o número atual de profissionais “é o que cabe no orçamento”.
Veja lista completa das medidas que serão aplicadas:
- Reforço da equipe de Segurança;
- Retomada da obra do Centro de Convivência;
- Reforço de segurança nas guaritas 1 e 2, com vigilantes 24h;
- Fechamento das entradas/saídas alternativas de carro no ICHS e o IE;
- Articulação com o governo estadual para encaminhamento da população em situação de rua, com respeito aos direitos humanos;
- Reestruturação da Secretaria de Direitos Humanos da UFMT;
- Parceria com a Secretaria de Estado de Segurança Pública pata policiamento interno.
Além da reitora, participaram da coletiva também o prefeito do Câmpus, Paulino Simão; a secretária de Comunicação e Multimeio, professora Jociene Pedrini; a assessora especial da reitoria, a professora Vera Bortolini; a coordenadora de Segurança, Luzia Guimarães; e o coordenador de Manutenção, João Neto.