A professora e pesquisadora de Oriente Médio Muna Omran alertou sobre as implicações de um possível conflito entre Líbano e Israel, destacando a preocupação da Europa com uma potencial onda de imigração libanesa.
Em meio a tensões crescentes na região, o Líbano tem buscado uma intervenção diplomática dos Estados Unidos e da União Europeia para evitar uma escalada militar.
Segundo Omran, após os ataques iniciais, houve um chamado à unidade nacional no Líbano, com líderes políticos de diversas facções clamando por coesão.
No entanto, a situação evoluiu rapidamente, revelando divisões internas sobre como responder às ações de Israel.
Fragilidade do exército libanês e papel do Hezbollah
A especialista concordou com a avaliação de que o exército libanês não possui estrutura para enfrentar as forças israelenses.
Inicialmente, alguns líderes alinhados ao Hezbollah sugeriram que apenas o grupo xiita seria capaz de dar uma resposta adequada a Israel.
Contudo, essa posição poderia agravar a já delicada situação econômica e política do país.
Mudança de postura e busca por soluções diplomáticas
Com o acirramento do conflito e as explosões no sul do Líbano e em Beirute, lideranças libanesas, incluindo figuras xiitas proeminentes como Nabih Berri e Najib Mikati, começaram a buscar alternativas que não envolvessem um confronto direto.
Essa mudança de postura levou o representante do Líbano na ONU a solicitar repetidamente uma intervenção pacífica e diplomática por parte dos Estados Unidos e da Europa.
Omran ressaltou que a perspectiva de um deslocamento em massa de libaneses é particularmente preocupante para a União Europeia, o que tem motivado esforços para encontrar uma solução pacífica.
A professora observou ainda uma mudança na percepção popular libanesa, com um crescente sentimento de que não apenas Israel, mas também outros países que contribuem para a situação atual do Líbano, são vistos como adversários.
A busca por uma resolução diplomática reflete a complexidade da situação no Líbano, um país já assolado por crises econômicas e políticas, que agora enfrenta o desafio adicional de evitar ser arrastado para um conflito regional mais amplo.