Várzea Grande decreta calamidade pública por falta d’água; veja restrições


Diante da crise no abastecimento de água no município, Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, decretou nesta quarta-feira (12) estado de calamidade pública.

Várzea Grande decreta calamidade pública por falta d’água. (Foto: Reprodução)

De acordo com o documento, o estado de calamidade pública terá duração de 180 dias, podendo ser prorrogado mediante relatório técnico e aprovação do Comitê de Gestão de Calamidade Pública do Município.

A situação de emergência autoriza o Poder Público de Várzea Grande a adotar todas as ações necessárias, bem como a implementar medidas jurídico-administrativas voltadas à execução de ações operacionais, reparos, conservação e manutenção para a restaurar o abastecimento de água no município.

Durante o período, o decreto proíbe o uso de água fornecida pelo município para:

  • Abastecimento e reposição de água em piscinas;
  • Lavagem de fachadas, calçadas, pisos, muros e veículos com uso de mangueiras;

“Excetuam-se das restrições deste artigo as ações realizadas pela Administração Pública Municipal para manutenção de vias, praças e logradouros, bem como a irrigação de plantas e vias públicas com o objetivo de melhorar a qualidade do ar”, defende trecho do decreto.

Protestos

A crise no abastecimento de água em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, gerou mais um protesto na cidade nesta quarta-feira (12). Revoltados com a ausência de fornecimento há mais de duas semanas, moradores do Bairro São Matheus bloquearam as avenidas Senador Filinto Müller e as imediações da Rodovia dos Imigrantes, ateando fogo em pneus para chamar a atenção das autoridades.

Os manifestantes reclamam que, mesmo sem receber água em suas casas, continuam recebendo as contas mensais para pagamento, o que tem aumentado a indignação da população. “Aqui não é vandalismo, nós queremos água! Mandando água para nós, a gente tira isso daqui”, afirmou uma moradora em vídeo que circula nas redes sociais, mostrando o bloqueio das vias.

Equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros foram acionadas para controlar as chamas e monitorar a manifestação. Até o momento, não há registros de confrontos ou prisões.

Problema crônico no abastecimento de água

A falta d’água em Várzea Grande é um problema antigo que afeta milhares de moradores em diversos bairros. A cidade enfrenta dificuldades estruturais no sistema de abastecimento há anos, e muitas regiões sofrem com interrupções frequentes no fornecimento. Os moradores relatam que, além da irregularidade no serviço, a água que chega às torneiras nem sempre tem qualidade adequada para o consumo.

Além do Bairro São Matheus, outras regiões, como o Residencial Santa Bárbara e o Parque do Lago, também têm sido afetadas pela falta de abastecimento. Na semana passada, moradores do Santa Bárbara realizaram outro protesto pelo mesmo motivo, cobrando providências das autoridades.

Os problemas no fornecimento de água em Várzea Grande estão ligados a falhas na infraestrutura da rede de distribuição, falta de investimentos e dificuldades operacionais da concessionária responsável pelo serviço. Apesar de promessas de melhorias e projetos de ampliação da capacidade hídrica, a população continua sofrendo com torneiras secas e a incerteza sobre quando o serviço será normalizado.

Enquanto aguardam soluções concretas, os moradores seguem pressionando as autoridades por respostas e ações efetivas para resolver um problema que se arrasta há anos, prejudicando a qualidade de vida da população.

Comitê de crise e medidas emergenciais

A problemática da falta de água fez a prefeitura criar, na última sexta-feira (7), um Comitê de Crise, composto por representantes das 21 secretarias municipais, com a missão de unir esforços para solucionar os transtornos causados pela falta de água.

De acordo com o secretário de Assuntos Estratégicos, Carlos Alberto de Araújo, o sistema de abastecimento da cidade sofreu impactos severos nos últimos dias devido a uma combinação de fatores críticos, como:

  • Furto de equipamentos essenciais, incluindo geradores e cabos de energia, que comprometeram a captação e distribuição de água;
  • Atos de vandalismo em estruturas do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG), incluindo estações de tratamento e adutoras;
  • Acúmulo de sujeira e necessidade de manutenção nas membranas de filtragem da Estação de Tratamento de Água (ETA) Cristo Rei;
  • Colapso de bombas captadoras, prejudicando o fluxo de abastecimento para diversos bairros.

Segundo ele, o Comitê de Crise tem como objetivo garantir que a prefeitura atue de forma rápida e eficaz, minimizando os impactos para a população e acelerando a normalização do serviço essencial.

Antes do decreto, a prefeitura já previa medidas emergenciais como reforço na segurança, contratação emergencial de caminhões-pipa, monitoramento e iluminação, instalação de sensores de segurança, transparência e comunicação.

  1. Sem água, moradores queimam pneus e fecham avenidas em Várzea Grande

  2. População protesta em Várzea Grande após semanas sem água



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