Veja momento que estudante de medicina que matou corredora deixa cadeia

Após 36 dias preso, o estudante de medicina, João Vitor Fonseca Vilela, de 22 anos, deixou o presídio onde estava.  O jovem é acusado de atropelar e matar a corredora Danielle de Oliveira, no dia 15 de fevereiro, além de deixar outra atleta ferida. 

A soltura aconteceu por volta das 15h. João deixou o local de cabeça baixa, mãos para trás, cabelo e barba feitos. Ele estava acompanhado dos dois advogados. 

À imprensa, o advogado José Roberto da Silva, que defende o rapaz, contou que foi pedido o habeas corpus baseado no fato que o estudante é réu primário, tem bons antecedentes, profissão definida e domicílio certo. 

“Diante dessas circunstâncias nós entendemos que a prisão não era necessária. Aceitamos todas e quaisquer cautelares impostas a ele”, afirmou. 

Agora, a defesa tentará desqualificar a ação criminal ao qual o jovem foi denunciado, o de homicídio doloso para homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Além disso, vão pedir que a sentença seja baseada no código de trânsito brasileiro e não o código penal. 

Quanto à soltura sem utilização de tornozeleira eletrônica, José Roberto frisou que isso aconteceu “pelo fato de ser um estudante de medicina, pelo fato de ele ter esses compromissos acadêmicos, me parece que essa teria sido a inteligência que o desembargador usou para este fato”, disse. 

Medidas impostas

O desembargador da 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Alexandre Branco Pucci, determinou a soltura do estudante impondo algumas medidas cautelares. 

• não mudar de residência sem prévia permissão da autoridade processante ou ausentar-se por mais de oito dias de sua residência sem comunicar ao juízo onde será encontrado manter procurador constituído nos autos, ainda que seja através de assistência judiciária suspensão da habilitação para condução de veículo automotor, 
• proibição de dirigir 
• proibição de frequentar bares e estabelecimentos congêneres, onde se promova a venda e consumo de bebidas alcoólicas.

“O descumprimento das medidas cautelares diversas poderá resultar em restabelecimento da prisão preventiva, por decisão fundamentada, caso a mudança na situação objetiva assim recomendar”.

Audiência sobre o caso para oitiva de testemunhas e do próprio réu está marcada para o fim de abril.

O acidente

A corredora Danielle Oliveira, de 41 anos, morreu atropelada por um estudante de medicina bêbado na MS-010, em Campo Grande, na manhã deste sábado (15). A atleta realizava um “longão”, treino de longa distância, e outros cerca de 20 atletas também corriam e pedalavam pela rodovia quando a vítima foi atingida.

Segundo testemunhas e policiais que atenderam à ocorrência, o estudante que matou Danielle dirigia em zigue-zague e ultrapassou um grupo de corredores antes de retornar à faixa de rolamento e atingir duas atletas.

Luciana Timóteo da Silva Ferraz foi socorrida com escoriações, enquanto Danielle Correa de Oliveira faleceu no local.

O veículo percorreu aproximadamente 70 metros após o impacto antes de parar. Policiais que atenderam à ocorrência relataram que o motorista foi contido por testemunhas, que retiraram a chave do veículo e acionaram as autoridades.

No dia 24 de fevereiro, a defesa do estudante de medicina entrou com pedido de revogação da prisão preventiva e consequente liberdade provisória. O homem de 22 anos está preso desde o último dia 15, quando ocorreu o crime.