O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, alertou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, contra criticar o presidente Donald Trump em público, destacando que isso seria “vergonhoso” e contraproducente. As declarações aconteceram em duas entrevistas nesta quarta-feira (19).
“A ideia de que Zelensky vai mudar a mente do presidente [Donald Trump] falando mal dele na mídia pública, todos que conhecem o presidente dirão que é uma maneira atroz de lidar com esta administração”, pontuou Vance ao Daily Mail.
Ele também disse ao The National Pulse que litigar “desentendimentos” em público não é a maneira de “lidar com Trump”.
“É claro que os ucranianos terão sua perspectiva. A maneira de trazer isso à tona é em uma discussão privada com diplomatas americanos… ele está atacando a única razão pela qual este país existe, publicamente, agora. E é vergonhoso. E não é algo que vai comover o presidente dos Estados Unidos. Na verdade, vai ter o efeito oposto”, afirmou.
Vance também disse ao The National Pulse que “Zelensky está recebendo conselhos muito ruins”.
Troca de críticas entre Vance e Zelensky
Os comentários do vice-presidente dos EUA são feitos depois que Trump, acusou a Ucrânia de iniciar a guerra — que, na verdade, a Rússia começou — e afirmou que o índice de aprovação de Zelensky estava “em 4%”.
Nesta quarta-feira (19), o chefe de Estado ucraniano disse que o americano “vive neste espaço de desinformação”.
Em resposta, Trump chamou Zelensky de “um ditador sem eleições” em uma postagem na Truth Social.
Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.