Vídeo: Moradores usam barco para se locomover em meio a enchentes em Olinda

CNN Brasil


As fortes chuvas que atingiram a região metropolitana do Recife na quarta-feira (5) provocaram o transbordamento do Canal do Fragoso, em Olinda, resultando em alagamentos em diversas vias da região. No bairro de Casa Caiada, por exemplo, o acúmulo de água na Rua Caetano Ribeiro forçou os moradores a recorrerem às jangadas como única solução temporária para atravessar as vias inundadas.

Moradora da Rua Caetano Ribeiro, a profissional de educação física Luciana Rodrigues precisou usar uma jangada nesta quinta-feira (6) para chegar em casa e relatou à CNN os desafios enfrentados pela vizinhança em dias de chuva.

Veja vídeo:

“Isso é uma constante. Todos os anos nós passamos por isso. E os barquinhos são a nossa salvação. Os pescadores que moram do outro lado trazem os barcos e cobram 10 reais para gente conseguir chegar em casa. Ontem, saí de 6h [da manhã] para trabalhar e não consegui mais entrar em casa porque a água está muito alta”, explicou.

Diante da situação, a moradora contou que teve que dormir na casa do namorado e, ao saber que os pescadores estavam com barcos no local, tentou entrar em casa, nesta quinta-feira.

Com a ajuda da jangada, ela conseguiu pegar roupas e remédios para poder permanecer fora de casa até que a água baixasse. Segundo Luciana, o processo de drenagem é lento, e mesmo que a chuva cesse, a água demora de dois a três dias para descer completamente.

Em entrevista, a profissional de educação física lamentou que a situação tenha piorado nos últimos anos. “Essa situação da gente só veio se agravar mais com a chegada dessa obra do Fragoso. Com essa chegada da obra, o nível da água sobe muito, a água demora muito mais para baixar. Então, a situação da gente piorou muito. É uma obra que se estende há 13 anos e não termina nunca”, comentou Luciana em referência à execução das obras do Canal do Fragoso.

Além dos danos causados pelas chuvas, a moradora destacou o impacto social e econômico da situação causada pelas enchentes no local. “A rua está ficando esquisita. As pessoas estão abandonando as suas casas, as casas estão sendo saqueadas porque o pessoal entra, leva portão, leva tudo que tem dentro (…) porque ninguém quer morar lá. O aluguel está desvalorizado e para vender, nem se fala. Ninguém quer mais ficar ali. Perspectiva de melhora, a gente não tem”, destacou.

Obras no Canal do Fragoso

A primeira etapa da obra do Canal do Fragoso, em Olinda, foi iniciada em março de 2013 e concluída em fevereiro de 2020. Essa fase compreendeu a execução de 2,3 km de canal e a construção de oito pontilhões.

Já a segunda etapa, iniciada em 2019, prevê o alargamento e revestimento do canal, como parte das intervenções urbanísticas na Via Metropolitana Norte. Esta etapa engloba 2,2 km de canal, alças de acesso à PE-15, quatro pontilhões e 6,1 km de vias marginais, ligando a rodovia à ponte do Janga.

A CNN procurou o Governo de Pernambuco, responsável pela obra do Canal do Fragoso, para comentar sobre a denúncia da moradora. A Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) informou que o presidente do órgão, Paulo Lira, visitou o local nesta quinta-feira.

Em vídeo, o presidente explicou que, em fevereiro, as chuvas foram atípicas, com um acumulado de 213 milímetros, enquanto a média histórica para o mês é de 89 milímetros. Ele ressaltou que esse volume de chuva reforça a urgência em priorizar a conclusão da obra, que já deveria ter sido finalizada há mais de 10 anos, e destacou que os trabalhos estão avançando.

“Assim que assumimos a gestão, a gente tem priorizado todos os trechos da obra, porque a gente entende que ela precisa ser concluída por completo para que ela possa ter uma funcionalidade completa, reduzindo os riscos de alagamento. Hoje, a gente tem cinco trechos da obra em execução. Quando assumimos a gestão, havia apenas um trecho sendo executado, mas com velocidade muito lenta. E hoje temos cinco trechos que estão sendo executados em toda velocidade para que a gente possa até junho de 2026 entregar essa obra por completo”, prometeu o presidente da Cehab, Paulo Lira.

Além disso, o presidente da Cehab falou sobre as ações de reassentamento das famílias que vivem em áreas de risco. “A ação do governo do Estado, da Cehab, tem sido priorizar a retirada das famílias que estão em áreas de risco. A gente já indenizou mais de 1.100 famílias, e restam 285 famílias no trecho em execução do canal, com previsão de concluir as indenizações e a retirada de todas as famílias até abril de 2025”, destacou Lira.



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