Vídeo: PM atira contra cabeça de suspeito rendido em Guarulhos (SP)

CNN Brasil


Um policial militar disparou duas vezes contra a cabeça de suspeito rendido em abordagem realizada em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. O episódio aconteceu no dia 3 de agosto, no bairro dos Pimentas, mas somente agora imagens da câmera corporal do agente foram divulgadas.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), na ocasião, o homem abordado teria tentado fugir juntamente com outro comparsa ao avistar um equipe policial que se aproximava da dupla.

Após  abordagem, um dos suspeitos foi preso. Já o segundo teria entrado em luta corporal com um dos agentes e sacado uma arma revólver contra o policial, que teria reagido efetuando os disparos contra o homem. de acordo com o relato da pasta.

As imagens são fortes e estão disponíveis, com cortes, abaixo.

 

A abordagem aconteceu por volta das 22h30, em uma via pública vazia, e durou dois minutos. Nas imagens da câmera corporal, que já circula nas redes sociais, é possível acompanhar toda a ação.

De acordo com a SSP-SP, o suspeito, posteriormente, chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Geral de Guarulhos, mas não resistiu aos ferimentos.

As armas envolvidas na ocorrência, uma pistola .40 e um revólver de calibre 38, foram apreendidas e encaminhadas para a perícia.

As autoridades também afirmam que um veículo, além de documentos e cartões bancários, todos frutos de roubos,  teriam sido apreendidos com a dupla suspeita.

Sobre as imagens das câmeras corporais do agente envolvido, a instituição alega que o material foi anexado ao inquérito e compartilhadas com a Polícia Civil.

A abordagem

Nas imagens divulgadas da câmera corporal do agente envolvido na ocorrência, é possível acompanhar parte da abordagem do PM enquanto o suspeito já está deitado no chão. O vídeo é iniciado com gritos do agente repetindo várias vezes: “Põe a mão pra trás, põe a mão pra trás, c*******. Tira a mão da cintura”.

Após as ordens dadas, o policial dá diversos socos no rapaz.

O agente então, sob posse de uma arma, aponta o instrumento para o suspeito: “Você vai tomar um tiro! Tira a mão da cintura”, diz o policial. Neste momento, o rosto do homem já aparece ensanguentado.

Em outro momento, o suspeito grita: “socorro! socorro!”. O policial repete em seguida: “Você vai tomar um tiro!”.

O homem permanece com os braços e mãos grudados ao corpo e não segue a ordem do agente para colocar as mãos para trás.

O PM continua a exigir que ele dê as mãos para algemá-lo, mas o abordado não obedece e continua a gritar por socorro. Em algumas ocasiões ele diz ao policial: “perdeu, senhor!”.

Posteriormente, o suspeito diz:  “Olha o  que o você está fazendo comigo, senhor!”, o policial responde: “você está resistindo. Põe a mão para trás!”.

O homem então entra em luta corporal com o agente que, em seguida, pega a arma e efetua dois tiros contra ele na região da cabeça. Depois, o PM se afasta do corpo ofegante e a câmera para de gravar.

No vídeo, a todo instante, não é visto ninguém na via pública, onde aconteceu a abordagem. Toda a cena tem duração de exatamente dois minutos.

O que diz a Ouvidoria

Em nota, a Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo, após ter acesso as imagens do momento da abordagem, disse que o registro demonstra, em uma primeira análise, erro procedimental, o que, segundo o órgão, vem se tornando fato comum na escalada da violência policial.

A ouvidoria alega que a equipe policial da ocorrência teria tido a oportunidade de imobilizar a vítima com algemas, mas não o fez, disparando tiros na região entre o pescoço e a nuca dele em seguida.

O órgão também comunicou que já abriu um procedimento, solicitando à Corregedoria agilidade e providências ao órgão de fiscalização das instituições públicas, para apurar o caso.

“A sociedade não suporta mais assistir inerte a esta escalada de violência que fere a um só tempo os procedimentos da boa policia e da segurança publica, bem como os direitos e princípios de humanidade, esperando que a sonhada proteção aos cidadãos não se transforme, paliativamente, em tribunal de execução.”, finalizou em nota.

A identidade e idade do suspeito e do policial não chegaram a ser divulgadas pela SSP-SP.

*Sob supervisão de Bruno Laforé



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