Mais de 1 milhão de pessoas, sendo mais da metade crianças, estão deslocadas dentro do Haiti, onde a violência de gangues causou uma crise de segurança pública, apesar do início de uma missão de segurança apoiada pela ONU no ano passado, mostraram dados das Nações Unidas nesta terça-feira (14).
A contagem de 1,04 milhão de pessoas deslocadas foi divulgada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e representa um aumento de três vezes em relação a dezembro de 2023, quando 315 mil pessoas estavam nesta situação.
Esse é o maior número de pessoas deslocadas pela violência no país, de acordo com dados da ONU.
“O Haiti precisa de assistência humanitária sustentada agora para salvar e proteger vidas”, declarou a diretora-geral da OIM, Amy Pope, em uma declaração enviada a jornalistas, enfatizando a necessidade de abordar as causas da violência e da instabilidade.
Gangues armadas dentro do Haiti agora têm controle quase total sobre a capital Porto Príncipe e ampla competência sobre o resto do país.
Uma missão internacional aprovada no ano passado com a tarefa de restaurar a ordem teve um número baixo de soldados sendo mobilizadas, embora dois contingentes de soldados guatemaltecos tenham chegado este mês para reforçar as forças da missão.
Espaço em abrigos no Haiti está acabando, diz porta-voz
O porta-voz da OIM, Kennedy Okoth Omondi, disse em uma coletiva de imprensa em Genebra que os espaços nos abrigos estão acabando, com muitos lutando para obter serviços básicos como comida e água.
Deportações de migrantes da República Dominicana e de outros lugares aumentaram a pressão sobre as comunidades, ele acrescentou.
“O que realmente piorou isso é o fato de que temos visto repetidamente deportações ainda ocorrendo de volta ao Haiti, onde as comunidades já estão lutando para basicamente sobreviver”, destacou.
