Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais revelou que a violência sexual é mais comum contra crianças de 2 a 5 anos, que representam 39,4% dos 39 mil casos de violência infantil notificadas por serviços de saúde em 2022.
O estudo foi publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva, nesta sexta-feira (28), feito pela pesquisadora Deborah Malta junto à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A pesquisa mostra que as crianças entre 6 e 9 anos são o segundo grupo mais afetado por violências, com 30,5%, neste caso as agressões são físicas, como castigos, e psicológicas, como ameaças.
O padrasto e os conhecidos são os principais autores das agressões nessa faixa etária, com o uso de objetos cortantes ou contundentes, seja na escola ou em lugares públicos.
Os bebês de até 1 ano sofrem principalmente de negligência paterna e materna, e se ferem com objetos quentes.
A negligência registra o tipo de agressão mais frequente, com mais de 50% dos casos, em geral os dados da pesquisa mostram que os principais tipos de violência são:
- Negligência 50,7%
- Violência física 23%
- Psicológica 14,5%
- Força física 21,1%
- Ameaças 7,7%
Segundo a pesquisadora Deborah Malta, a negligência é causada pela falta de cuidados básicos como a higienização da criança. “Isso pode acontecer tanto por inexperiência dos pais, da família, mas também, em função de um contexto de de privação, de desigualdade social, de muita pobreza”, afirma Malta.
A pesquisa mostra também que as meninas registram mais da metade dos casos de violência e as mães são as principais autoras dos abusos.
- Mãe 51,7%
- Pai 40%
- Conhecidos 8,5%
- Padrastos 6,2%
A presença da mulher ocorre como um ciclo intergeracional, de acordo com a pesquisadora Deborah Malta. “Essas mulheres sofreram violência nas suas famílias, pelos seus pais, sofrem violência dos seus companheiros e tendem a praticar violência com seus filhos”, explica.
