A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos marcou uma virada significativa na política americana, revelando uma parcela da população que, até então, permanecia invisível na mídia tradicional. Esse fenômeno, segundo o professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, pode ser comparado a uma “queda de ficha” coletiva sobre a realidade política do país.
A declaração foi durante o programa WW Especial, apresentado pelo William Waack, que vai ao ar no domingo (10), às 22h, na CNN Brasil.
Trevisan destaca que o sucesso de Trump não se deve apenas à sua figura, mas também à sua habilidade em utilizar novas ferramentas de comunicação. “Na verdade, para ser justo, Trump não foi o primeiro. Obama foi o primeiro a aprender a lidar com o celular, a lidar com a mídia social, aprender a lidar com a rede social’, explica o professor.
O professor da ESPM cita uma frase do escritor e filófoso italiano Umberto Eco, que disse que “as redes sociais deram voz a uma legião de imbecis”. Essa observação, segundo Trevisan, reflete a preocupação com o impacto das redes sociais na disseminação de informações e na formação da opinião pública.
Buscando um paralelo histórico para esse momento de ruptura, o professor de Relações Internacionais compara a situação atual com a formação do Terceiro Estado na França pré-revolucionária, por volta de 1786. Trevisan sugere uma mudança fundamental na estrutura social e política, onde grupos anteriormente marginalizados ganham voz e poder.
Ainda de acordo com o professor, este momento histórico nos Estados Unidos serve como um alerta para outras democracias sobre o poder das novas tecnologias de comunicação na formação da opinião pública e nas dinâmicas eleitorais.
Leonardo Trevisan convida a uma reflexão sobre como as sociedades podem navegar nesse novo contexto, equilibrando a liberdade de expressão com a responsabilidade na disseminação de informações.