Kamala Harris jantou Donald Trump no debate, mas será que isso garantirá sua vitória na eleição americana? Não se pode afirmar com certeza.
Há um certo consenso entre jornalistas, analistas e profissionais de marketing eleitoral de que a candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos se comportou de maneira equilibrada, sóbria e, dentro das limitações da política, de forma coerente.
Por outro lado, o ex-presidente Donald Trump demonstrou irritação e se perdeu em argumentos, mesmo quando o assunto, como a inflação, lhe favorecia para ataques.
No entanto, é preciso considerar que os debates não devem ser vistos como uma troca de ideias e argumentos com início, meio e fim.
São eventos projetados para reforçar impressões rápidas, emoções intensas e uma avaliação subjetiva dos participantes.
Não se trata de um processo racional, focado na checagem de fatos e na veracidade das afirmações.
Antes deste evento, a eleição americana estava dividida, com números tão próximos que a tornavam imprevisível.
O debate reduziu esse grau de imprevisibilidade? Não temos essa resposta, mas minha aposta pessoal é que não.
Trump manteve sua postura habitual, que agrada a seus apoiadores e irrita seus detratores, e isso continua a ser seu principal trunfo político.
Kamala Harris mostrou-se articulada e segura, similar a como Hillary Clinton se apresentou contra Trump em 2016, mas perdeu.
, como resumido pelo New York Times.
No entanto, o que saiu do debate é preocupante.
As eleições revelam duas visões irreconciliáveis do que significa ser americano. Cada lado vê a vitória do outro como uma questão de perigo existencial.
Portanto, o resultado – e não apenas das eleições – continua imprevisível.