A eleição de Donald Trump esvaziou dois palcos importantes nos quais o governo brasileiro esperava obter projeção internacional.
Começa pelo G20, marcado para semana que vem no Rio de Janeiro. Biden e o líder chinês Xi Jinping estarão presentes, mas sem Trump, qualquer decisão tem pouco valor. Pelo menos uma delas impacta imediatamente o comércio mundial.
Trump já nomeou um defensor de tarifas e protecionismo como auxiliar direto. Na prática, o G20 terá de esperar até janeiro.
O outro palco no qual o Brasil esperava exercer forte protagonismo é o do meio ambiente, especificamente a 30ª reunião da ONU sobre o clima, marcada para Belém, capital do Pará, daqui um ano.
A julgar pela abertura da 29ª reunião da ONU sobre o clima, a expectativa para Belém não é auspiciosa. Em Baku, capital do Azerbaijão, onde começou a COP 29, o prometido financiamento para a transição de uma economia baseada em combustíveis fósseis para uma economia verde, em países como o Brasil, não se concretizou.
Embora não causado diretamente por Trump, o que os delegados em Baku deixaram de lado foi a ideia de uma ação internacional coordenada de combate às mudanças climáticas, a ser firmada em Belém.
Quem sabe haja algum entendimento, mesmo sem Trump, que permita negociar o mercado de carbono sob regras da ONU. Mas o Brasil precisa fazer sua lição de casa, já que até agora não conseguimos regulamentar o nosso.