O que existe de comum entre Joe Biden, Lula e Milei quando discursam nas Nações Unidas? Eles acham que a ONU não serve para grande coisa.
Biden diz que o mundo está na beira do abismo — sem que a ONU possa fazer grande coisa.
Lula diz que a ONU precisa ser reformada, senão não consegue fazer grande coisa.
Milei diz que a ONU não serve para grande coisa, pois está preocupada em dizer como os países devem se comportar.
Não é novidade alguma que a ONU é hoje um símbolo de impotência.
É o caso de se perguntar: quando a ONU de fato chegou a ser um governo mundial? Ou foi decisiva para resolver conflitos sem que antes as grandes potências tivessem se entendido sobre o assunto?
A questão é saber como Biden, Lula ou Milei pensam que as coisas possam melhorar.
O presidente americano propõe um fortalecimento da aliança ocidental, capitaneada pelos Estados Unidos, baseada no que ele define como princípios democráticos.
Lula acha que exatamente essa aliança ocidental é que impede a ONU de representar melhor países pobres e em desenvolvimento, mantendo, portanto, uma ordem internacional injusta.
Milei acha que a ONU jamais deveria ser uma instância supranacional, limitando, portanto, a liberdade também dos países.
A irrelevância da ONU reflete uma questão muito mais abrangente.
Estamos vivendo o fim de um período de mais de 70 anos no qual vigorou um tipo de sistema internacional.
Não foi a ONU que criou essa ordem internacional. A ONU foi criada por ela. E qual nova ordem virá, ninguém sabe.