Waack: Trump coloca o Brasil na defensiva


O governo brasileiro evitou até aqui provocações verbais a Donald Trump. É uma posição sensata. Parece haver o reconhecimento de dois fatos básicos e abrangentes.

O primeiro é o de que o Brasil é uma potência média regional com escassa capacidade de projeção de poder — inclusive comercial, na guerra contra o mundo que Trump já iniciou.

O segundo é o fato de que Trump declarou não ter amigos, pois trata até os aliados como inimigos. Entre os exemplos mais recentes de pontapés dados a países até aqui amigos dos Estados Unidos, Trump ameaçou cortar a vital ajuda financeira para países árabes caso não topem seu plano de ocupar Gaza e mandar para algum outro lugar os dois milhões de palestinos que ainda moram ali.

Ou de dizer que a Ucrânia podia um dia ser da Rússia, desprezando o sofrimento de um país que sofreu uma brutal invasão por parte de Moscou e defende princípios que sempre foram caros para a aliança de países ocidentais — aliança na qual Trump parece hoje bem pouco interessado.

Voltando para o nosso país, a margem de manobra tornou-se estreita. Os temas nos quais o Brasil espera ter protagonismo internacional Trump despreza. A saber: a transição energética, que é o ponto central da COP 30 em Belém no final do ano, e a reforma de instituições de governança global, que a China leva adiante via a presidência dos Brics por parte do Brasil.

A lei do mais forte, também conhecida como lei da selva, é na qual Trump aposta hoje. Não é a lei que nos favorece.



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