Zelensky “discutiu e foi rude” no Salão Oval, diz mídia estatal da Rússia

CNN Brasil


Após bate-boca durante reunião no Salão Oval entre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta sexta-feira (28), a manchete da agência de notícias estatal russa TASS apontou que o líder ucraniano “interrompeu, discutiu e foi rude com a imprensa”.

“Durante uma reunião com o presidente dos EUA, Donald Trump, Volodymyr Zelensky tentou discutir com o líder americano, gritando, em alguns momentos respondendo a perguntas da imprensa antes dele, em outros interrompendo diretamente e reagindo rudemente a algumas perguntas dos jornalistas”, opinou a TASS.

Uma manchete de outro meio de comunicação estatal russo, a RIA, disse que “a histeria de Zelensky na Casa Branca choca a Rada”, referindo-se ao parlamento ucraniano.

Algumas autoridades russas também reagiram à reunião.

O ex-presidente Dmitry Medvedev afirmou que Trump estava certo ao dizer que Zelensky está “arriscando uma Terceira Guerra Mundial”, chamando o líder ucraniano de “porco insolente”.

O senador Andrey Klishas postou no Telegram que a saída de Zelensky da Casa Branca foi um “resultado brilhante”. “O palhaço de Kiev desempenhou mal o papel de “presidente” na Casa Branca e foi expulso por mau comportamento e desrespeito aos EUA”, escreveu.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, acusou Zelensky de mentir sobre não ter recebido apoio em 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. “A maneira como Trump e Vance se controlaram e não atingiram esse canalha é um milagre de autocontrole”, declarou.

Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país que é forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.

Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.

As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.

O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.

A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.

O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.

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