O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que ofereceria trocar territórios que as tropas ucranianas controlam na região de Kursk, na Rússia, pelas áreas que os soldados russo ocupam atualmente, caso haja negociação.
“Trocaremos um território por outro”, afirmou Zelensky em uma entrevista ao jornal britânico Guardian publicada nesta terça-feira (11).
Ele não especificou os territórios ucranianos que ele pediria em troca. “Não sei, veremos. Mas todos os nossos territórios são importantes, não há prioridade”, acrescentou.
A Rússia atualmente ocupa cerca de 20% do território ucraniano no leste e sul do país, enquanto a guerra se aproxima do seu terceiro “aniversário”.
A Ucrânia realizou uma ofensiva surpresa na região de Kursk, no oeste da Rússia, em agosto do ano passado e ainda mantém parte do território, embora tenha perdido parte da região por contra-ataques russos.
Autoridades ucranianas pontuam que a operação Kursk tinha como objetivo proteger regiões de fronteira e que a terra capturada poderia ser usada como moeda de troca em quaisquer negociações de paz, cujas perspectivas aumentaram desde que Donald Trump assumiu como presidente dos EUA.
Zelensky enfatizou repetidamente que qualquer plano para acabar com a guerra na Ucrânia deve fornecer fortes garantias de segurança dos aliados para garantir que nenhuma agressão russa aconteça no futuro.
Trump disse na sexta-feira (7) que provavelmente se encontraria com Zelensky nesta semana para discutir o fim da guerra. Ele indicou no domingo (9) que esteve em contato com Putin, sem especificar quando. O Kremlin não confirmou nem negou esses contatos.
Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.