A arma utilizada para assassinar o advogado Renato Gomes Nery foi apreendida pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (6) na Operação Office Crimes: A Outra Face. Cinco policiais militares – quatro da ROTAM (Rondas Ostensivas Táticas Metropolita) e um que já fez parte da coorporação – e o caseiro de uma chácara localizada no Bairro Capão Grande, em Várzea Grande, foram alvos.
Desses policiais, 4 foram presos e um está foragido.
O caseiro foi preso ainda nessa quarta-feira (6). A chácara, alvo da operação, seria o local de encontro dos investigados pelo assassinato.
A operação foi realizada pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo), com base nas provas reunidas ao longo da investigação.

O caso
O advogado Renato Nery, de 72 anos, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), foi atingido por sete disparos na manhã de 6 de julho de 2024, ao chegar ao seu escritório, localizado na Avenida Fernando Correa da Costa, no bairro Areão, em Cuiabá.
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que um homem, já à espera da vítima, efetuou os disparos e fugiu em uma motocicleta vermelha. Nery foi socorrido e passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia seguinte.

As investigações da DHPP indicam que o crime pode estar ligado a disputas por áreas de alto valor imobiliário em Mato Grosso. Renato Nery era reconhecido por sua atuação em processos de regularização fundiária e litígios envolvendo propriedades, o que pode tê-lo tornado alvo de interesses econômicos.
A operação deflagrada nesta quinta-feira marca uma nova etapa da investigação e, segundo a Polícia Civil, tem o objetivo de aprofundar o envolvimento dos suspeitos e esclarecer a motivação completa do crime.
O assassinato de Renato Nery teve grande repercussão nos meios jurídico e político de Mato Grosso. A OAB-MT cobrou rigor nas investigações e manifestou apoio à operação, enfatizando a necessidade de punição dos responsáveis.
A família da vítima também se mobilizou na busca por justiça, chegando a instalar outdoors em Cuiabá para exigir a prisão dos envolvidos e cobrar respostas das autoridades.
Com as prisões realizadas, a Polícia Civil espera obter novas informações que contribuam para esclarecer totalmente o caso e levar tanto os mandantes quanto os executores do crime à Justiça.
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