O ex-presidente Donald Trump visitou a cidade de Howell, Michigan, na terça-feira (20), em meio a críticas dos democratas que o acusam de incentivar tensões raciais para obter ganhos políticos.
A visita ocorre apenas um mês após uma manifestação de supremacistas brancos na região, renovando o debate sobre a retórica racial na campanha de Trump.
Segundo o analista sênior de internacional da CNN Américo Martins, a estratégia de Trump de discursar em uma cidade com histórico ligado a grupos supremacistas brancos não o ajuda a conquistar votos indecisos de determinados grupos, especialmente negros, latinos e outras minorias.
Controvérsia e críticas
A escolha de Howell como palco para o discurso de Trump é particularmente controversa devido às ligações históricas da cidade com a Ku Klux Klan e o recente ato supremacista branco ocorrido há cerca de um mês.
Martins destaca que essa decisão “não ajuda em nada o Trump, especialmente para tentar conseguir votos de indecisos de determinados grupos”.
O analista explica que a intenção de Trump é se aproximar do trabalhador branco, seu principal eleitorado.
No entanto, Martins argumenta que o ex-presidente “exagera completamente ao fazer essa visita, ao não ter feito nenhuma observação crítica a esses atos supremacistas brancos, o que dá a entender que ele, de certa forma, tolera esse tipo de ato”.
Histórico de polêmicas raciais
Américo Martins relembra outros episódios controversos envolvendo Trump e questões raciais, como o incidente em Charlottesville, Virgínia, em 2017.
Na ocasião, após um confronto entre supremacistas brancos e manifestantes contrários a eles,= que resultou em uma morte, Trump foi duramente criticado por afirmar que havia “gente boa dos dois lados”.
O presidente Joe Biden, em um discurso recente, também fez referência a esse histórico polêmico de Trump.
Martins prevê que o Partido Democrata continuará a criticar esse tipo de comportamento do ex-presidente durante a campanha.
O analista conclui que, embora Trump possa perder votos em determinados grupos com essa estratégia, ainda não é possível determinar se essas perdas serão decisivas para uma eventual vitória de Kamala Harris.
“A gente vai ter que acompanhar pelas próximas 11 semanas até o dia do pleito”, finaliza Martins.