O prefeito Vinicius Camarinha (PSDB) desativou os radares fixos de trânsito neste sábado (4) na cidade de Marília, interior de São Paulo. O ato simbólico ocorreu na Avenida Tiradentes.
A justificativa, segundo Camarinha, é a falta de estudos adequados para a implementação dos radares pelo governo anterior, considerados uma “indústria da multa“. Em vez de radares, o prefeito propõe ações educativas para conscientizar a população sobre o controle de velocidade.
A Emdurb (Empresa de Mobilidade Urbana de Marília) confirmou 79 mil multas aplicadas pelos radares apenas em 2024. Camarinha afirmou ter assumido o compromisso de desativar os radares durante a campanha eleitoral.
O novo prefeito mencionou o caso de um trabalhador rural que recebeu 40 multas e teve que vender seu veículo para pagar as dívidas. Em nota, a prefeitura disse que a Emdurb realizará panfletagem e ações no trânsito para promover a segurança viária.
Camarinha afirmou não temer ações judiciais da empresa responsável pela gestão dos radares. Segundo ele, a prefeitura mantém a prerrogativa da execução do serviço público.
O presidente da Emdurb, Paulo Alves, confirmou que o contrato com a empresa para outros serviços, como a identificação de veículos roubados, continua vigente.
“Existem um software que através das câmeras é possível identificar através das placas veículo roubados ou furtados integrados com a Polícia Militar. Esse serviço vai continuar sendo prestado”, disse.
Dados
Os dados de acidentes de trânsito em Marília mostram uma flutuação nos últimos quatro anos. Em 2021, foram registrados 1.440 sinistros e 29 mortes. Em 2022, os sinistros subiram para 1.487, enquanto as mortes caíram para 25.
A partir de 2023, quando houve a implementação de radares. Os números representam queda no número de sinistros para 1.302, mas as mortes aumentaram para 32 óbitos. Em 2024, quando todos os radares estavam funcionando, foram registrados 1.116 sinistros e 27 mortes. As informações são do Detran-SP.
