Os vereadores de Várzea Grande, Adilsinho (Republicanos) e Kleberton Feitoza (PSB), são investigados pela Polícia Federal por um esquema de compra de votos durante as eleições de 2024.
Eles foram alvos de mandados de busca e apreensão, que também foram cumpridos na Câmara de Vereadores da cidade, na manhã desta terça-feira (11).

Operação da PF
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão durante a Operação Escambo Eleitoral, em busca de reunir mais provas e fortalecer a as apurações policiais.
A investigação começou em 6 de outubro de 2024, dia da eleição, quando dois homens foram presos em flagrante por suspeita de negociar votos.
De acordo com a Polícia Federal, os vereadores investigados teriam sido beneficiados pelo esquema, que envolvia pagamentos em dinheiro, fornecimento de água, óleo diesel e outros benefícios para eleitores em troca de votos.

🔎 Quem é Kleberton Feitoza (PSB)
Natural de Várzea Grande, Kleberton Feitoza (PSB), de 40 anos, declarou R$ 545 mil em bens à Justiça Eleitoral durante as eleições do ano passado, incluindo quatro terrenos, duas casa e duas BMWs avaliadas R$ 270 mil.
Nas eleições 2024, ele foi eleito com mais de 2,4 mil votos, segundo publicações em suas redes sociais.
Denunciado por invasão
Nessa segunda-feira (10), Feitoza (PBS) foi denunciado por uma médica que atua no Pronto Socorro da cidade, após ele ter invadido o consultório dela.
Segundo a médica, ele entrou no consultório sem autorização no dia 6 de março, durante o plantão dela, e gravou um vídeo.
A situação causou transtornos psicológicos à médica, que, depois do episódio, pediu demissão do trabalho. Ela relatou ao Primeira Página que não tem conseguido dormir direito e nem exercer as atividades de costume.
“Conseguir o meu CRM custou muito caro para ser tratada dessa forma no momento de exercer a minha profissão”, disse a médica, que pediu para não ter o nome divulgado.
Preso na pandemia
Enquanto ainda ocupava o cargo de diretor administrativo da Câmara de Vereadores de Várzea Grande, Kleberton Feitoza Eustáquio foi preso na noite do dia 10 de abril de 2021, um sábado.
Segundo a polícia, ele teria promovido uma festa em sua casa, com aglomeração de pessoas e ainda teria desacatado guardas e policiais que tentavam encerrar o evento.
De acordo com a Guarda Municipal da cidade, uma denúncia de moradores dizia que havia uma festa no local que as pessoas não respeitavam o distanciamento social.
Segundo as forças de segurança, a situação ocorreu no bairro Jardim Paula I. Os guardas flagraram diversas pessoas consumindo bebidas alcoólicas e sem respeitar o distanciamento social, além de não usarem máscaras de proteção.
🔎 Quem é Adilsinho (Republicanos)
Adilson Luiz Mayer de Arruda, conhecido como Adilsinho (Republicanos), tem 34 anos, é natural de Várzea Grande. Formado em Direito, atuou no ramo da construção civil e também é empresário. Na política, defende a representação de pessoas menos favorecidas social e economicamente.
Durante as eleições de 2024, ele não declarou bens à Justiça e foi eleito com mais de 2,2 mil votos, segundo publicação em suas redes sociais.
Outro lado
O que diz Adilsinho
Em entrevista à reportagem, o vereador Adilsinho (Republicanos) confirmou que recebeu agentes federais em sua casa na manhã desta terça-feira, na presença da família
O parlamentar ainda negou o envolvimento com compra de votos, alegou não ter conhecimento das acusações e citou que “não teve poder sobre os 2.249 votos de pessoas” que acreditaram em seu projeto eleitoral.
Até o momento, Adilsinho não teria sido ouvido de forma oficial em depoimento à PF e afirmou que, enquanto isso, sua defesa cuidará do andamento das investigações.
O que diz a Câmara
Em nota, a Câmara de Várzea Grande confirmou a realização da operação da PF:
“A Câmara Municipal de Várzea Grande informa que, na manhã desta terça-feira, 11 de março de 2025, a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão nos gabinetes de vereadores eleitos em 2024, relacionada a supostas irregularidades ocorridas durante a campanha eleitoral. A operação é coordenada pela delegada da Polícia Federal, Iana Carla Silva Alves.
A Câmara Municipal se disponibilizou para auxiliar a Polícia Federal em todas as solicitações e confirma que não houve buscas na parte administrativa ou em outros gabinetes. Reiteramos o comprometimento da Câmara com a legalidade e o interesse público, colocando-nos à disposição da justiça para quaisquer esclarecimentos necessários”.
O que diz Feitoza
O Primeira Página tentou contato com o vereador Kleberton Feitoza (PSB) mas, até o momento, não obteve retorno.
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