É com essas palavras que a jornalista e cantora Nathália Barros Corrêa, 37 anos, protesta contra soltura do pai de sua bebê, preso na segunda-feira de Carnaval, 3 de março, após quebrar seu nariz durante discussão. A soltura de Philipe Calazans ocorreu no último dia 7, por decisão de um desembargador do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
A prisão foi convertida em medidas cautelares, incluindo uso de tornozeleira eletrônica. O desembargador da 3ª Câmara Criminal, Fernando Paes de Campos alegou que o “caso foi isolado” na vida do agressor, já que não possui histórico de violência doméstica.
Também levou em consideração o fato de ambos não morarem na mesma casa, “não havendo, assim, indicativo de que, em liberdade, tenha razões para se aproximar dela”.
Por fim, alega que “há de que considerar a existência de uma filha em comum no casal, cujo contato com genitor deve ser preservado na medida do possível”.
O último argumento foi usado justamente na justificava dada pela juíza Eucelia Moreira Cassal, responsável por converter a prisão em preventiva durante audiência, realizada em 5 de março.
-
Falas de mulheres são essenciais para combate ao feminicídio, diz psicóloga
“Entendo que a situação específica da vítima, no caso em questão, requer especial atenção. A vítima de violência, foi agredida na presença de seu filho, ainda bebê. Ademais, a agressão física foi suficientemente grave para justificar o imediato encaminhamento da vítima a um hospital”.
Caso
De acordo com boletim de ocorrência, os dois estavam em um carro quando começaram a discutir. Segundo a vítima, as agressões começaram “sem motivo aparente”.
No momento, a filha, de oito meses, estaria no colo dela. Philipe, no entanto, narrou à polícia que Nathália o xingou, agrediu e “só se defendeu” da namorada. Ele nega que a criança estivesse com a mãe.
As agressões resultaram na fratura do nariz da jornalista e a prisão ocorreu embasada na lei Maria da Penha.
Diante da liberdade monitorada do algoz, a comunicadora desabafou. “Ele foi liberado, tá com tornozeleira eletrônica, quem tá presa sou eu”.
À reportagem, Phelipe não quis comentar o caso, disse apenas estar “sendo muito difícil”, pois está tendo a “vida revirada” e só vai se manifestar nos autos do processo.
