Os Estados Unidos anunciaram a demissão de uma comandante da Base Espacial de Pituffik, na Groenlândia, na quinta-feira (10), devido à “perda de confiança em sua capacidade de liderança”, após a visita do vice-presidente JD Vance à ilha no mês passado.
“Ações para minar a cadeia de comando ou subverter a agenda do presidente Trump não serão toleradas no Departamento de Defesa”, escreveu o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, em um comunicado publicado no X na quinta-feira, anunciando a remoção de Susannah Meyers.
Após a visita de Vance à ilha no final de março, o site Military.com informou que Meyers enviou um e-mail à base espacial contestando as ações e comentários do vice-presidente durante a viagem. Parnell incluiu um link para a matéria do Military.com em sua publicação no X.
O site de notícias informou que a comandante destituída escreveu em um e-mail: “Não presumo entender a política atual, mas o que sei é que as preocupações do governo americano discutidas pelo vice-presidente Vance na sexta-feira não refletem a Base Espacial de Pituffik”.
O coronel Shawn Lee assumiu o cargo de Meyers, de acordo com um comunicado à imprensa do Comando de Operações Espaciais.
A remoção destaca a continuidade dos movimentos pelos Estados Unidos para o controle da Groenlândia, já que o presidente Donald Trump prometeu adquirir a terra “de uma forma ou de outra”, e Vance afirmou repetidamente que a ilha é vulnerável e que os EUA “não tinham outra opção” a não ser aumentar sua presença lá.
Vance, acompanhado de sua esposa, a segunda-dama Usha Vance, visitou o posto avançado da Força Espacial dos EUA em Pituffik, na costa noroeste da Groenlândia, a 1.600 quilômetros da capital Nuuk, no mês passado.
Usha Vance planejava inicialmente participar de uma corrida de trenós puxados por cães na ilha, mas protestos esperados interromperam a visita.
Durante sua viagem, o vice-presidente defendeu com grande destaque o controle americano da Groenlândia, um território semiautônomo da Dinamarca. Ele afirmou que a Groenlândia estaria melhor “sob a proteção de segurança dos Estados Unidos do que sob a proteção de segurança da Dinamarca”.
Trump também tem se manifestado abertamente sobre seu objetivo de conquistar a Groenlândia e afirmou que “não retirará nada da mesa” para obter a ilha, incluindo força militar, mas que há uma “boa possibilidade” de que ela não seja necessária. Ele também confirmou que se envolveu “com certeza” em discussões sérias sobre a potencial anexação da Groenlândia.
