No Pantanal, a onça-pintada mostra que não é preciso esperar a noite para caçar com sucesso. Assim como o camaleão, o maior felino das Américas domina a arte da camuflagem, usando a vegetação ribeirinha como aliada para se esconder a poucos metros das presas, mesmo em plena luz do dia.
O comportamento, comum nas margens dos rios da região, foi registrado por pesquisadores do Jaguar ID Project no Parque Estadual Encontro das Águas, uma das áreas com maior concentração de onças do mundo. A pelagem manchada, somada às sombras das matas ciliares, transforma a onça em parte do cenário — quase invisível para capivaras e jacarés que repousam à beira d’água.
“É um espetáculo raro. A maioria dos grandes felinos evita caçar sob o sol forte, mas aqui no Pantanal, a vegetação oferece um ambiente estratégico para emboscadas à luz do dia”, destaca a equipe do projeto, que monitora o comportamento dos animais na região.
Além de reforçar a inteligência predatória da espécie, a cena chama atenção para o papel fundamental da mata nativa na manutenção do equilíbrio ecológico. Sem ela, a eficiência de caça e o próprio ciclo alimentar da onça podem ser comprometidos.
Com essa habilidade quase “camaleônica”, a onça-pintada reafirma sua posição de topo na cadeia alimentar — não pela força bruta, mas pela precisão e discrição.
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