Pais palestinos de seis filhos, Khader Junaid e a esposa Huda, comentaram que estavam cansados do deslocamento, depois que tiveram que se mudar novamente por conta da retomada dos ataques israelenses a Gaza.
Huda falou que “não faz dois meses” desde que a família Junaid voltou para a casa destruída no leste de Jabalia e ergueu uma tenda ao lado dela.
Na quarta-feira (19), a família foi para uma escola transformada em abrigo na cidade palestina, mas não conseguiu encontrar um lugar entre a multidão, o que forçou os palestinos a montar uma tenda ao lado dos banheiros.
O exército israelense havia enviado ordens de retirada para os moradores de Gaza onde a família Junaid estava morando, relatou Khader, mas eles ficaram por mais uma noite antes de decidirem partir quando o bombardeio se intensificou.
“Estamos cansados do deslocamento, estamos cansados da vida”, acrescentou o pai de 37 anos.
Israel retomou os ataques aéreos em Gaza desde terça-feira (18) e lançou operações terrestres na quarta-feira (19), efetivamente abandonando um cessar-fogo que estava em vigor desde janeiro com o grupo militante palestino Hamas.
Pelo menos 70 palestinos foram mortos e dezenas ficaram feridos em ataques aéreos israelenses em Gaza nesta quinta-feira (20), disse uma autoridade de saúde de Gaza.
Ao menos 510 palestinos morreram nos últimos três dias, mais da metade deles mulheres e crianças, afirmou Khalil Al-Deqran, porta-voz do ministério da saúde do território à Reuters.
A guerra começou depois que militantes do Hamas atacaram comunidades israelenses em outubro de 2023, matando 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, segundo contagens israelenses.
Mais de 49 mil palestinos foram mortos no conflito que se seguiu, segundo as autoridades de saúde de Gaza, com o enclave reduzido a escombros.