Histórico da Rússia é desanimador para possível cessar-fogo, diz professora


O histórico da Rússia em não cumprir acordos de cessar-fogo levanta preocupações sobre a possibilidade de um fim efetivo para o conflito com a Ucrânia.

Carolina Pavese, professora de Relações Internacionais do Instituto Mauá, destaca à CNN que esse cenário é desanimador para as perspectivas de paz na região.

A especialista ressalta que a Ucrânia pode se ver obrigada a fazer concessões significativas, não apenas para os Estados Unidos, mas também para a Rússia. Isso se deve, em parte, à mudança na retórica do presidente americano Donald Trump em relação à postura do atual governo Biden.

Mudança na política externa americana

Enquanto o governo Biden mantinha uma posição mais intransigente em relação a concessões territoriais, Trump parece buscar um acordo a qualquer custo, independentemente das perdas para a Ucrânia.

Essa nova abordagem pode resultar em um compromisso que atenda a alguns dos requisitos impostos pela Rússia, potencialmente comprometendo ainda mais a situação ucraniana.

Pavese lembra que acordos de cessar-fogo anteriores entre Rússia e Ucrânia, como o de 2014 após a invasão da Crimeia, foram violados pela parte russa. Situação semelhante ocorreu em 2008, envolvendo um acordo entre Rússia e Geórgia.

 

 

Desafios para uma paz duradoura

A professora enfatiza que um cessar-fogo representa apenas uma interrupção temporária das hostilidades, não uma solução definitiva para o conflito.

“O que se precisa é que com o cessar-fogo a gente retome as vias mais diplomáticas e negocie um acordo definitivo de paz”, afirma Pavese.

No entanto, ela adverte que, dadas as circunstâncias atuais e o histórico de descumprimento de acordos por parte da Rússia, alcançar uma solução final para o conflito parece ser um objetivo distante. “A gente pode ter até um período de trégua, mas a gente está muito longe de chegar a uma solução final para esse conflito”, conclui a especialista.

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