O Tribunal do Júri de Três Lagoas marcou a data para que Aparecida Graciano de Souza, de 62 anos, acusada de matar e esquartejar o marido, seja julgada em júri popular. O crime aconteceu em maio de 2023, quando Antônio Ricardo Cantarin, de 63, foi morto e teve partes do corpo colocadas em um freezer e uma mala.
Na decisão, a Justiça definiu para 11 de junho, deste ano, o julgamento do processo. A sessão será transmitida, ao vivo, pelo Youtube, no canal da vara denominado “Júris em Três Lagoas”.
O caso
No depoimento prestado na Delegacia de Polícia da cidade, a aposentada alegou que sempre cuidou do marido sem problemas, “mas que não era valorizada”. Ela afirmou, ainda, que o homem a acusava de roubo e era ameaçada por ele.
O Setor de Investigações da Delegacia de Selvíria chegou até a mulher após encontrarem restos mortais de um corpo – tronco, membros superiores e inferiores – dentro de uma mala numa estrada rural do município, próximo a BR-158. No meio do caso, os policiais receberam informações de que Antonio não era visto desde sábado, 27 de maio.
Os vizinhos relataram aos policiais que o desaparecido vivia discutindo com a esposa, Aparecida. As pessoas reforçaram que o idoso não mexia um dos lados do corpo, devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral), e que necessitava de cuidados da esposa.
Contradições
O setor de investigações, então, procurou Aparecida que, desde o início, demonstrava nervosismo. No primeiro momento, a mulher disse aos policiais que “homens haviam sequestrado o marido na noite de domingo, 21 de maio, para segunda, 22 de maio. Porém, ela não sabia dizer quem eram tais homens. Depois de várias contradições, ela resolveu confessar o crime.
Aparecida ainda revelou em depoimento, que a morte do marido por envenenamento de rato surgiu após ela se lembrar que sua irmã morreu depois de ingerir o produto tóxico. Ela, então, procurou uma loja agropecuária, comprou o veneno, o serviu ao marido num copo, afirmando ser um remédio para diarreia.
A mulher detalha que de 5 em 5 minutos verificava se o mesmo estava respirando. Por volta das 19h, percebeu que o Antonio havia morrido. Ela o cobriu e foi se deitar em outro cômodo da casa. Aparecida ainda diz que “estava fria, sem sentimentos”, mas “conseguindo conversar com outras pessoas normalmente”.
Esquartejamento
Na noite de segunda, ela disse que começou a se preocupar com o corpo do marido. Neste momento, pegou uma faca na cozinha, plástico e vários panos. No depoimento, Aparecida declara que “sempre matou porco”, ou seja, “sabia bem como fazer”.
Após o esquartejamento, ela colocou os panos sujos de sangue e os colocou na máquina de lavar roupas. Em seguida, voltou ao quarto e limpou o chão. Na quarta, o mau cheiro do corpo começou a surgir na casa. Por isso, “pensou que tinha que se livrar de tudo”, com ajuda de uma mala, onde escondeu o tronco da vítima, e sacos plásticos para as outras partes do corpo serem guardados no freezer de casa.
Na sexta, o investigador da polícia bateu na porta da residência à procura de Aparecida, que confessou tudo. A mulher também revelou o local onde descartou os sacos plásticos escondidos no freezer, na BR-158, sentido Três Lagoas.

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