Israel alerta soldados sobre posts nas redes após Brasil pedir investigação

CNN Brasil


O governo de Israel emitiu um alerta sobre redes sociais aos israelenses que serviram no Exército depois da Justiça do Brasil pedir investigação de um soldado em solo brasileiro.

“O Ministério das Relações Exteriores chama a atenção dos israelenses para postagens feitas por eles nas redes sociais sobre seu serviço militar”, afirmou comunicado da pasta enviado à CNN.

O governo de Benjamin Netanyahu destaca que “elementos anti-israelenses podem explorar essas publicações para iniciar procedimentos legais infundados contra eles”.

Justiça pede que PF investigue soldado

O pedido de investigação do soldado em solo brasileiro veio de uma determinação da Justiça Federal. A investigação será conduzida pela PF, com pedidos de diligências do Ministério Público Federal (MPF).

A determinação é da juíza federal Raquel Soares Charelli, datada de 30 de dezembro de 2024, com despachos em 3 de janeiro para envio de material à PF.

O pedido inicial de investigação foi feito por meio de uma notícia-crime formulada pelos advogados Maira Machado Frota Pinheiro e Caio Patrício de Almeida, que alegaram que Yuval Vagdani, cidadão israelense e possível “criminoso de guerra”, encontra-se em território nacional e que, por isso, o Estado brasileiro, como signatário de tratados internacionais, como a Convenção de Genebra e o Estatuto de Roma, tem o dever de reprimir tais crimes, mesmo que tenham sido cometidos fora do território nacional.

A suspeita inicial é que o israelense estaria em Morro de São Paulo, na Bahia, e, por isso, o caso começou a tramitar no estado. No entanto, foi repassado ao Distrito Federal por questões legais.

A juíza plantonista da comarca de Salvador, após parecer do MPF, enviou o caso para Brasília com fundamento no art. 88 do Código de Processo Penal. O artigo estabelece que, para crimes cometidos fora do território brasileiro, a competência é da capital do estado onde o acusado residiu por último.

CNN não conseguiu contato com Yuval Vagdani.

Soldado deixou o país com ajuda de Israel

O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse, neste domingo (5), que “após uma tentativa no último fim de semana por elementos anti-israelenses de investigar um soldado israelense dispensado que visitou o Brasil, o ministro das Relações Exteriores Gideon Saar imediatamente ativou o Ministério das Relações Exteriores para garantir que o cidadão israelense não estivesse em perigo”.

Gideon Saar assumiu cadeira na coalizão de Benjamin Netanyahu • Reuters

A embaixada israelense no Brasil garantiu “sua partida rápida e segura do Brasil”.

O Comitê de Relações Exteriores e Segurança do parlamento israelense, o Knesset, discutirá as ações que estão sendo tomadas contra soldados israelenses ao redor do mundo na segunda-feira.

Pedido de investigação gerou tumulto político em Israel

O pedido da Justiça para que a Polícia Federal (PF) investigue um soldado israelense em solo brasileiro gerou um furor entre os políticos de Israel.

O líder da oposição israelense, Yair Lapid, disse: “O fato de um soldado da reserva israelense ter que fugir do Brasil no meio da noite para evitar ser preso por lutar em Gaza é uma falha política monumental de um governo que é simplesmente incapaz de funcionar.”

Lapid, que chegou a ser premiê do país em 2022, questionou “como chegamos ao ponto em que os palestinos são melhores que o governo israelense na arena internacional”.

Líder da oposição israelense Yair Lapid • 27/03/2023 REUTERS/Ammar Awad

“Não pode ser que os soldados das FDI – regulares e de reserva – tenham medo de viajar para o exterior por medo de serem presos”, concluiu.

O chanceler do governo israelense, Gideon Saar, retrucou dizendo que “Lapid, o charlatão, sabe muito bem que tais casos também aconteceram durante o seu mandato”.

Saar acrescentou que “até Lapid sabe que o que estamos testemunhando é uma campanha sistemática e antissemita que visa negar o direito de Israel à autodefesa”.

“Inúmeros atores internacionais e muitos países são cúmplices disso”, continuou o chanceler, que chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “antissemita”.

Lapid fez uma tréplica dizendo que o chanceler “tem muito tempo para escrever comentários infantis sobre questões sérias”.

“Em vez de proteger nossos soldados que são perseguidos no mundo, sugiro que, em vez disso, você faça o seu trabalho, para variar”, completou.



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