Livro reforça autocuidado, saúde mental e desafio para ocupar espaço


Lupita Amorim nasceu como escritora ao caminhar. Foi durante caminhadas diárias, entre 2020 e 2021, que a escritora, socióloga e multiartista de 26 anos começou a transformar em poesia suas reflexões sobre autocuidado, saúde mental e os desafios de ocupar o espaço público como uma travesti preta em um livro.

No próximo dia 15 de março, a partir de 19h, “Pele, Passos e Poesias” será lançado no Centro Cultural Casa das Pretas, em Cuiabá, dentro da programação do Encontro Cultural e Literário: celebrações sobre o lírico como material de sustentação na vida das juventudes negras.

“Pele, Passos e Poesias”: livro de Lupita Amorim como ato de resistência (Foto: Reprodução)

“Pensando no que eu refletia sobre este lugar de sair pras ruas pra fazer uma atividade física que é bom pro corpo, pra saúde mental, mas que eu ainda lidava com alguns assédios também, eu comecei a escrever esses pensamentos em formato de poesia, desabafo e reivindicação”, conta Lupita.

O resultado desse processo se materializou em seu primeiro livro solo, “Pele, Passos e Poesias”, publicado pela Editora Paruna.

A obra é um convite para acompanhar a jornada de Lupita, que, com sensibilidade e coragem, ressignifica sua presença no mundo.

Graduada em Ciências Sociais pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), a artista tem um longo histórico de atuação na luta por políticas de ações afirmativas e na valorização das vivências negras e LGBTQIAPN+.

“O processo de reivindicação de espaços possíveis vai continuar por muito tempo ainda na minha vida pessoal, artística e profissional, devido às barreiras que estão colocadas em relação à minha raça e gênero. Entretanto, me coloco disposta a superar essas desigualdades de maneira coletiva e construindo um espaço onde eu e as demais pessoas possamos nos sentir pertencentes”, afirmou.

Desde a infância, Lupita já encontrava na literatura um refúgio, mas foi na universidade que se aventurou na escrita. Além de artigos e pesquisas acadêmicas, começou a participar de coletâneas, editais e e-books, até lançar um livro em coautoria. Agora, em seu primeiro trabalho solo, ela reforça que a poesia pode ser uma ferramenta de transformação.

“Acredito que este livro irá inspirar diversas pessoas a verem que é possível a gente estar em espaços de protagonismo, falando sobre poesia, escrevendo o que bem entendermos e sendo livre pra se aventurar nas poesias e outras formas de expressões artísticas”.

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Lançamento do livro “Pele, Passos e Poesias” no Centro Cultural Casa das Pretas. (Foto: Reprodução)

Mais do que um evento, essa noite promete ser um marco de resistência, arte e pertencimento. Lupita convida o público a caminhar ao seu lado nessa jornada:

“Penso que poderão caminhar ao meu lado nessa reivindicação por espaços possíveis para mim e para as minhas, enfrentando as adversidades e tornando as ruas uma passarela onde escrevemos a nossa história.





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