O sargento da Polícia Militar Heron Teixeira Pena Vieira, que encontra-se foragido, e o caseiro dele, Alex Roberto de Queiroz Silva já respondiam por tráfico de drogas, além do envolvimento na morte do advogado Renato Nery, em 2024, e em grupo de extermínio.
A investigação de tráfico de drogas, entre 2021 e 2022, é feita no âmbito da Operação Camada, deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e Polícia Federal.
Durante depoimento relacionando à essa operação, Heron afirmou à Polícia Federal que atuava como agiota e tinha uma namorada envolvida com o tráfico de drogas.

À época, o policial foi denunciado por associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Já Alex Roberto foi denunciado por associação para o tráfico de drogas.
Operação contra o tráfico
A Operação Camada revelou uma estrutura criminosa organizada e atuante no transporte e distribuição de entorpecentes a partir do Aeroporto Internacional Marechal Rondon.
A ação penal teve como base provas obtidas por meio de interceptações telefônicas, buscas e apreensões, bem como análise de movimentações financeiras suspeitas.
As escutas revelaram que os integrantes do grupo utilizavam linguagem codificada para se referir às drogas, empregando termos como “óleo” para pasta base de cocaína e “bermudas” para outros entorpecentes.
Além disso, foi constatado que transações bancárias envolviam valores expressivos, reforçando as suspeitas de lavagem de dinheiro.
Ainda segundo as investigações, Heron, que ingressou na PM de Mato Grosso em 2008 e atualmente é 3º sargento da Força Tática, com atuação no setor de inteligência da corporação, teria recebido R$ 29.680,00 de contas ligadas ao crime organizado.
O caseiro da chácara dele, na região do Capão Grande, em Várzea Grande, também aparece na investigação como beneficiário de R$ 124,1 mil, sem justificativa econômica para os valores movimentados.

Movimentação financeira suspeita e conexão com o tráfico
O relatório da Polícia Federal aponta que os valores foram transferidos entre novembro de 2021 e março de 2022, com repasses feitos a partir das contas de Ingrid Tatiele dos Santos Moreira, apontada como intermediária financeira do esquema criminoso.
A origem dos valores seria ligada a remetentes associados ao tráfico de drogas, incluindo Joelson Henrique Carvalho de Oliveira e Ananias Abreu Nascimento.
O policial recebeu R$ 29.680, enquanto Alex, seu caseiro, movimentou R$ 124,1 mil sem fonte de renda aparente. O salário de Heron, conforme registros do Portal da Transparência, é de R$ 11.666,27 mensais.
A PF também identificou que Ingrid operava como “laranja” no esquema, intermediando valores suspeitos. Conversas extraídas de um celular apreendido com Alice Fernanda Mendes da Silva reforçam a suspeita de que Ingrid lavava dinheiro oriundo do tráfico de drogas.

Operação Office Crime
A Operação Office Crime: A Outra Face, deflagrada na quinta-feira (6) pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), teve como alvos cinco policiais militares da Rotam, incluindo o sargento Heron Teixeira Pena Vieira, suspeito de envolvimento na morte do advogado Renato Nery.
Durante a ação, foram cumpridos seis mandados de prisão, resultando na captura de quatro policiais militares e um caseiro, enquanto Heron segue foragido.
Além dele, os PMs Jorge Rodrigo Martins e Leandro Cardoso, também investigados pelo assassinato de Nery, figuram como réus em outro processo da Operação Simulacrum.
A operação ainda incluiu buscas e apreensões em uma chácara de Heron, onde as autoridades buscam reunir mais provas sobre a atuação dos envolvidos no crime.
Uma empresa registrada em nome de Heron foi considerada inapta por omissão de declarações desde 2021, o que reforça as dúvidas sobre suas atividades financeiras.
Já Alex Roberto, seu caseiro, não possui vínculos empregatícios formais desde 2015, embora tenha movimentado os R$ 124 mil apontados pelas investigações.
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