O principal assessor de política externa do presidente russo Vladimir Putin declarou nesta quinta-feira (13) ter dito a Washington que um cessar-fogo de 30 dias, proposto pelos Estados Unidos, para interromper a guerra na Ucrânia, daria simplesmente uma trégua às forças de Kiev.
Os avanços da Rússia ao longo da frente de batalha nos últimos meses e a tentativa do presidente dos EUA, Donald Trump, de fechar um acordo de paz para pôr fim ao conflito de três anos na Ucrânia aumentaram os temores de que Kiev, apoiada pelo Ocidente, poderia perder a guerra.
O enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, chegou a Moscou nesta quinta-feira para se encontrar com Putin.
Autoridades russas afirmaram que o assessor de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, forneceu detalhes sobre a ideia de cessar-fogo na quarta-feira (12) e que a Rússia estava pronta para discuti-la.
O presidente americano declarou na Casa Branca na quarta-feira esperar que o Kremlin concorde com a proposta dos EUA de um cessar-fogo de 30 dias que a Ucrânia disse que apoiaria.
Yuri Ushakov, ex-embaixador em Washington que fala em nome de Putin sobre as principais questões de política externa, falou à televisão estatal que havia conversado com Waltz na quarta-feira para delinear a posição russa sobre o cessar-fogo.
“Declarei nossa posição de que isso nada mais é do que um alívio temporário para os militares ucranianos, nada mais”, pontuou Ushakov.
Ele continuou afirmando que, o objetivo é um acordo pacífico de longo prazo “que leve em conta os interesses legítimos de nosso país e nossas preocupações bem conhecidas. Parece-me que ninguém precisa de medidas que (meramente) imitem ações pacíficas nessa situação”.
Ushakov ressaltou que o líder do Kremlin vai falar com a mídia mais tarde nesta quinta-feira (13) e delinear a posição da Rússia com mais detalhes.
Questionado sobre uma notícia da Reuters de que a Rússia teria apresentado aos EUA uma lista de exigências para um acordo que ponha fim à guerra contra a Ucrânia e restabeleça as relações com Washington, o assessor informou que a Casa Branca conhece a posição de Moscou.