O presidente da Polônia, Andrzej Duda, pediu aos Estados Unidos que transferissem armas nucleares para seu território como um impedimento contra futuras agressões da Rússia, informou o Financial Times nesta quinta-feira (13).
Duda também disse ao jornal que havia discutido a proposta recentemente com o enviado especial do presidente dos EUA, Donald Trump, para a Ucrânia e a Rússia, Keith Kellogg.
A Polônia já afirmou anteriormente que estaria pronta para hospedar armas dos EUA sob um programa de compartilhamento de armas nucleares. Os legisladores poloneses também expressaram interesse mais recentemente em uma ideia lançada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, de que o guarda-chuva nuclear de Paris poderia ser estendido a seus aliados europeus.
“As fronteiras da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] mudaram para o leste em 1999, então 26 anos depois também deve haver uma mudança da infraestrutura da Otan para o leste. Para mim, isso é óbvio”, disse Duda em uma entrevista.
Seria mais seguro se essas armas já estivessem no país, ele acrescentou.
O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, um oponente político de Duda, reagiu às afirmações do presidente e afirmou que achava melhor abordar tais questões discretamente do que em entrevistas à mídia, embora tenha acrescentado que acreditava que o presidente tinha boas intenções.
“Devemos formular certas expectativas… publicamente quando tivermos certeza, ou tivermos razões para estar convencidos, de que tais apelos ou chamadas serão ouvidos e que o destinatário, neste caso a administração americana, o presidente Trump, está preparado para uma resposta positiva”, disse Tusk aos repórteres.
Galvanizada pela invasão da vizinha Ucrânia pela Rússia há três anos, a Polônia agora gasta uma proporção maior de seu produto interno bruto (PIB) em defesa do que qualquer outro membro da Otan, incluindo os Estados Unidos.
No ano passado, os gastos com defesa da Polônia atingiram 4,1% do PIB, de acordo com estimativas da Otan, e planeja atingir 4,7% este ano. Duda sugeriu consagrar gastos com defesa de pelo menos 4% do PIB na Constituição polonesa.