O líder sírio Ahmed Sharaa pediu paz no domingo (9) depois que centenas de pessoas foram mortas em áreas costeiras no pior episódio de violência comunitária desde a queda de Bashar al-Assad.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um monitor de guerra sediado no Reino Unido, disse no sábado (8) que mais de mil pessoas foram mortas nos dois dias de combates na região costeira do Mediterrâneo.
“Temos que preservar a unidade nacional e a paz doméstica, podemos viver juntos”, disse Sharaa, o presidente interino, enquanto os confrontos continuavam entre forças ligadas aos novos governantes islâmicos e combatentes da seita alauíta de Assad.
“Fiquem tranquilos sobre a Síria, este país tem as características para a sobrevivência”, disse Sharaa em um vídeo divulgado, falando em uma mesquita em seu bairro de infância, Mazzah, em Damasco. “O que está acontecendo atualmente na Síria está dentro dos desafios esperados.”
Fontes de segurança sírias disseram que pelo menos 200 de seus membros foram mortos em confrontos com ex-militares que deviam lealdade a Assad após ataques coordenados e emboscadas contra suas forças que foram travadas na quinta-feira (6).
Os ataques se transformaram em assassinatos por vingança quando milhares de apoiadores armados dos novos líderes da Síria de todo o país desceram para as áreas costeiras para apoiar as forças sitiadas da nova administração.
Os confrontos continuaram durante a noite em várias cidades onde grupos armados atiraram contra as forças de segurança e emboscaram carros em rodovias que levam às principais cidades da área costeira, disse uma fonte de segurança síria à Reuters no domingo (9).
Uma fonte de segurança acrescentou que os insurgentes pró-Assad estavam agora intensificando sua campanha, encenando ataques de atropelamento e fuga em vários serviços públicos nas últimas 24 horas.
Eles danificaram uma estação de energia principal que cortou a eletricidade em partes da província, enquanto uma estação de bombeamento de água principal e vários depósitos de combustível foram interrompidos.
“Eles agora estão tentando criar estragos, interromper a vida e atacar instalações vitais”, ele acrescentou.
Em Latakia, a polícia montou novos postos de controle dentro da cidade. Dois moradores disseram que sons de tiros e artilharia podiam ser ouvidos nos arredores da cidade costeira.
Uma fonte de segurança disse que os confrontos continuaram em várias áreas.
As autoridades de Damasco também estavam enviando reforços para intensificar sua presença de segurança na província , onde florestas densas e terrenos acidentados estavam ajudando os combatentes antigovernamentais, disse outra fonte policial.
